É com muita preocupação que nós, integrantes do Movimento Nosso Avaí, recebemos a notícia de que o Avaí Futebol Clube não honrou o pagamento de salários para seus funcionários, dando ensejo a uma paralisação de atividades por parte de seu elenco profissional.
Mais do que isso, entendemos que a situação é incompatível com uma gestão que se intitula austera e preocupada com os rumos financeiros do Avaí.
Os desdobramentos sociais e econômicos ocasionados pela pandemia de Covid-19, repetidamente elencados como justificativa para a inadimplência, não poderiam servir de desculpa para o clube não cumprir com suas obrigações. O Avaí contratou, em 2020, 28 jogadores e quatro treinadores, boa parte vindo com altos salários, em comparação aos últimos anos. Também houve a chegada de atletas após a paralisação devido à pandemia, quando se sabia que haveria queda de receitas. Alguns contratados chegaram depois de setembro, mês que foi o último com pagamento em dia.
Além disso, as razões para os atrasos apresentadas pelo clube na manhã desta quinta-feira (21), no entendimento deste Movimento, não se justificam, uma vez que se referem a valores relativos a uma transação que não dependia do clube, de modo que um planejamento não poderia ser feito contando com esses recursos. Não bastasse isso, no final de novembro houve a contratação de empresa para fechamento dos muros do Centro de Treinamento (CETEFA), algo amplamente divulgado, inclusive com uma apresentação oficial do projeto pelo clube. Não somos contra contratações. Não somos contra a ampliação da estrutura do clube. Muito pelo contrário. Mas acreditamos que, se a pandemia atrapalhou as receitas, deveria forçar a diminuição das despesas.
Entusiastas do profissionalismo e da responsabilidade financeira, não enxergamos com naturalidade a existência de pendências salariais, especialmente em uma instituição com receita de aproximadamente R$ 70 milhões em 2019 e orçamento de aproximadamente R$ 40 milhões para 2020.
O Movimento Nosso Avaí manifesta sua preocupação com as repercussões dessas atitudes, como a possível perda de jogadores por meio de rescisão judicial de contratos e prejuízos à imagem institucional do Avaí.
Diante desse quadro, os conselheiros integrantes do Núcleo Diretivo do Movimento Nosso Avaí requereram à Mesa Diretora do Conselho Deliberativo a realização de reunião extraordinária, na presença do Presidente da Diretoria Executiva, Francisco José Battistotti, para a elucidação do tema.
Para que o Conselho Deliberativo se inteire das realizações de alguns dos departamentos do clube em 2020 e dos planos concretos para 2021, também foi pleiteada a convocação do Gerente de Negócios, Carlos Eduardo Bonatelli, do Gerente Administrativo e Financeiro, Luciano Corrêa, do Coordenador de Comunicação, Carlos Alberto Ferreira, e do Assessor Especial de Relacionamento de Futebol Internacional, Décio Sardá Júnior, além da presença do Executivo de Esportes, Marco Aurélio Cunha.
O Presidente do Conselho Deliberativo, Spyros Apóstolo Diamantaras, sensível às demandas dos membros do colegiado, disponibilizou-se a convocar a reunião extraordinária para, no mais tardar, 10 de fevereiro de 2021. Estaremos supervisionando essa questão para garantir que o Conselho Deliberativo se reúna o mais breve possível.
Permanecemos firmes em nossa missão de buscar um Avaí mais profissional, transparente e identificado com o seu torcedor.
assinado!
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