Não é novidade para nenhum torcedor que o Avaí tradicionalmente contrata e utiliza muitos jogadores por ano, como destaca o quadro abaixo.
Jogadores/temporada | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 |
Novas contratações | 26 | 20 | 18 | 24 | 27 | 11 | 33 | 35 | 21 |
Voltas de empréstimo | 2 | 0 | 1 | 0 | 4 | 5 | 0 | 3 | 0 |
Remanescentes de temporada anterior | 10 | 21 | 15 | 18 | 21 | 28 | 27 | 20 | 21 |
Jogadores vindos da base | 9 | 3 | 7 | 12 | 3 | 11 | 2 | 4 | 1 |
Total de jogadores | 47 | 44 | 41 | 54 | 55 | 55 | 62 | 62 | 43 |
Desde o início da atual gestão, a partir de 1º de janeiro de 2022, o Avaí contratou 85 jogadores, sendo alguns deles (Douglas Friedrich, Cortez, Kevin e Pottker) por duas vezes. Um total de 89 contratações, para pouco mais de 2 anos e meio de gestão. De todos que chegaram em 2022, apenas Igor Bohn, Pottker e Douglas Friedrich (sendo que os dois últimos saíram e voltaram) continuam com contrato com o clube. Dos que foram contratados em 2023 antes da chegada de Eduardo Freeland, apenas Natanael, Roberto, Jean Lucas e Otávio permanecem.
Desde que Freeland chegou, em 6 de junho de 2023, um total de 35 atletas foram anunciados, sendo 14 em 2023 e 21 em 2024. Dos 14 contratados de 2023, apenas quatro (Douglas Friedrich, Jonathan Costa, Giovanni e Pottker) continuam no clube. Denílson Júnior, Cortez, Fellipe Bastos, Edinho, Leandro Carvalho, Denílson Goulart, Rafael Forster, Jael e, mais recentemente, Douglas Bacelar e Gabriel Poveda já deixaram o clube.
Forster lidera uma preocupante estatística, a de jogador com menor porcentagem de minutos possíveis de jogo, sendo aproveitado em apenas 55 minutos dos 1.980 (22 jogos) em que esteve no clube, de setembro a novembro de 2023, mesmo período em que Jael esteve no clube e jogou 86 minutos. Leandro Carvalho, outra contratação muito contestada na época, jogou apenas 97 minutos. Todos jogaram menos de 10% dos minutos possíveis, considerando Série B e Copa Santa Catarina, e não deixaram saudades.
Das 21 contratações de 2024, apenas Marcos Vinícius, Maurício Garcez, Mário Sérgio, Willian Maranhão, Tiago Pagnussat, Pedro Castro, Vilar, César Augusto e Vágner Love estiveram em mais de 50% dos minutos possíveis em campo. Na outra ponta, Ademílson e Cassiano estiveram em menos de 15% dos minutos. O quadro abaixo mostra alguns números até o momento.
NOME | POS. | TOTAL | ||
Minutos | Máximo | % | ||
Marcos Vinícius | LD | 1620 | 1710 | 94,74% |
Maurício Garcez | A | 2700 | 3060 | 88,24% |
Mário Sérgio | LE | 2452 | 3060 | 80,13% |
Willian Maranhão | M | 2179 | 3060 | 71,21% |
Tiago Pagnussat | Z | 1898 | 3060 | 62,03% |
Denílson Júnior | A | 741 | 1260 | 58,81% |
Pedro Castro | M | 1356 | 2340 | 57,95% |
Vilar | Z | 974 | 1710 | 56,96% |
Gabriel Poveda | A | 2820 | 5310 | 53,11% |
César Augusto | G | 1600 | 3060 | 52,29% |
Vágner Love | A | 371 | 720 | 51,53% |
Gabriel Barros | A | 90 | 180 | 50,00% |
João Paulo | M | 1319 | 3060 | 43,10% |
Bruno Cortez | LE | 1255 | 2970 | 42,26% |
Zé Ricardo | M | 690 | 1710 | 40,35% |
Jonathan Costa | Z | 2251 | 5670 | 39,70% |
Giovanni | M | 2273 | 5850 | 38,85% |
Pedrinho | A | 1165 | 3060 | 38,07% |
Hygor | A | 1095 | 3060 | 35,78% |
Ronaldo Henrique | M | 1090 | 3060 | 35,62% |
Douglas Bacelar | Z | 1560 | 4680 | 33,33% |
Judson | M | 936 | 3060 | 30,59% |
Pottker | A | 1685 | 6120 | 27,53% |
Fellipe Bastos | M | 640 | 2970 | 21,55% |
Kevin | LD | 636 | 3060 | 20,78% |
Denílson Goulart | A | 685 | 3960 | 17,30% |
Cassiano | A | 79 | 540 | 14,63% |
Edinho | M | 341 | 2970 | 11,48% |
Gabriel Dias | LD | 305 | 3060 | 9,97% |
Ademílson | A | 213 | 2340 | 9,10% |
Jael | A | 86 | 1800 | 4,78% |
Douglas Friedrich | G | 270 | 5850 | 4,62% |
Leandro Carvalho | A | 97 | 2610 | 3,72% |
Rafael Forster | Z | 55 | 1980 | 2,78% |
Gustavo Talles | LD | 0 | 540 | 0,00% |
Destacamos, claro, que as lesões de Pottker, Douglas Friedrich, Kevin e Gabriel Dias são imprevisíveis e não podem constar nas estatísticas negativas, mas mesmo que não consideremos os quatro, os números são péssimos.
Desde a chegada de Eduardo Freeland, o Avaí disputou 73 jogos, com 25 vitórias, 25 empates e 23 derrotas, um aproveitamento de 45,66%, distribuído da seguinte maneira:
Série B 2023 – 28J, 8V, 12E, 8D, 24GP, 30GC, 42,86%
Copa SC 2023 – 11J, 4V, 2E, 5D, 12GP, 17GC, 42,42%
Catarinense 2024 – 15J, 7V, 4E, 4D, 27GP, 21GC, 55,55%
Série B 2024 – 19J, 6V, 7E, 6D, 15GP, 14GC, 43,86%
A nível de comparação, para se atingir 65 pontos na Série B, é necessário um aproveitamento de 57%, números não alcançados sequer no Campeonato Catarinense. Sendo assim, não há motivos para confiar no acesso com o trabalho de Eduardo Freeland até o momento.
Porém, como dito anteriormente, apenas Igor Bohn, Natanael, Roberto, Jean Lucas e Otávio não foram contratados pelo diretor. Isso demonstra que a diretoria executiva tem total confiança no seu trabalho, embora os números não animem.
Chamam a atenção, também, os tempos de contrato firmados. Tiago Pagnussat, Judson e Vágner Love têm contrato até metade de 2025. Mário Sérgio, João Paulo, Hygor, Willian Maranhão, Jonathan Costa, Ronaldo Henrique e Pottker até o final do ano que vem. Cassiano até metade de 2026 e Garcez até 2027.
Os dois últimos também trazem outra informação preocupante: valores envolvidos na negociação. À época com 26 anos, Garcez chegou ao Avaí com contrato ativo com o Brusque, onde inclusive teve problemas disciplinares, e após passagem apagada pelo Coritiba. Cassiano, por sua vez, chegou com 35 anos e pouco destaque por onde passou, e tinha contrato ativo com o Estoril Praia, de Portugal.
O Avaí comprometeu, segundo fontes, 100 mil euros, ou aproximadamente 628 mil reais, por Cassiano, e 2 milhões de reais por Garcez. Valores incompatíveis com as expectativas técnicas e de venda futura dos jogadores. Cassiano, inclusive, chegou logo após notícias de salários atrasados, junto com Vágner Love.
Os gastos elevados com aquisição de jogadores, salários e longos contratos é algo que preocupa, especialmente em um ano no qual tivemos atraso de salários, após duas temporadas sem enfrentar essa espécie de problema.